Seu tão sonhado projeto de construção está finalizado no papel? Então, chegou o momento de botar a mão na massa e transformá-lo em realidade. O primeiro passo de toda a construção é a base para o restante da estrutura.
Provavelmente, você já ouvir falar das sapatas. No entanto, existem diversos outros tipos de fundação, como o tubulão, radier e estacas. Apesar das diferenças, todas elas possuem em comum um objetivo: suportar e distribuir cargas da edificação para o solo.
Para garantir a estabilidade, segurança e durabilidade de uma construção, é preciso usar o tipo certo de fundação. Pensando nisso, vamos te apresentar as fundações mais utilizadas, suas particularidades e diferenças, e em quais situações devem ser usadas. Continue a leitura!
O que são as famosas fundações na construção?
As fundações são peças estruturais essenciais para a distribuição segura do peso da construção para o solo. Escolher o tipo certo para o seu projeto evita graves problemas, como deslizamento de terra, rachaduras e trincas pela estrutura.
E, além de sustentar a construção, a fundação tem grande responsabilidade no equilíbrio das sobrecargas e na resistência às intempéries.
Fundações mantêm seu projeto em pé!
Ninguém deseja ter problemas com o projeto logo na primeira etapa, não é mesmo? Então, é hora de dar a devida importância para as fundações, que, basicamente, mantêm a sua estrutura estável.
Seja na construção de casas, prédios, pontes ou grandes edifícios, é necessária a orientação de um engenheiro capacitado. Afinal, existem muitas leis, contas e regras que apenas especialistas na área conhecem e aplicam.
A dica, portanto, é: colocar a segurança em primeiro lugar e, depois, buscar o melhor custo-benefício pensando no orçamento e no processo de construção.
Peça indicações, procure profissionais de confiança, orce os valores, confira se o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) está ativo… Enfim, faça tudo que está ao seu alcance para garantir uma construção tranquila, combinado?
Fundação rasa x Fundação profunda
Os tipos de fundação são comumente divididos em dois grupos: fundação rasa e fundação profunda.
As fundações rasas, também chamadas de fundações superficiais, possuem uma menor profundidade de assentamento. Nelas, as cargas são direcionadas e distribuídas pela base da fundação. Por isso, elas são indicadas para solos que apresentam resistência logo em suas primeiras camadas.
Já as fundações profundas são aquelas que envolvem processos de escavamento e atingem maiores profundidades de assentamento. Elas são indicadas para solos que apresentam resistência em suas camadas mais inferiores.
Neste caso, as cargas podem ser direcionadas e distribuídas lateralmente ou na base da estrutura de fundação – dependendo da técnica utilizada.
3 tipos de fundações rasas
Por falar em técnica, vamos entender melhor a seguir algumas delas! Dentro do modelo de fundação rasa, temos os seguintes tipos:
1. Sapatas

As sapatas são elementos de concreto armado (aço + concreto) que podem ter formato quadrado, retangular, circular, trapezoidal, entre outros.
Nelas, a resistência é garantida pela armadura e não pelo concreto. E, geralmente, apresentam um bom custo-benefício, por ser um método popular e relativamente simples.
São três os tipos de sapatas: isolada, associada e corrida. As sapatas isoladas são feitas para suportar as cargas de um único pilar. Já as sapatas associadas servem para suportar as cargas de dois ou mais pilares.
As sapatas corridas, por sua vez, suportam cargas de elementos contínuos e alongados, como paredes e muros.
2. Blocos de fundação
Os blocos de fundação são uma espécie de sapata sem armadura. Ou seja, eles consistem em uma estrutura feita apenas em concreto e a resistência é garantida somente por esse material, e não pelo aço.
Neste caso, é importante avaliar o custo-benefício da técnica, considerando a carga total da estrutura, a resistência do solo e o dimensionamento dos blocos.
Também vale destacar que não se deve confundir os blocos de fundação com os blocos que ficam sobre as estacas e tubulões. Neste último caso, temos os blocos de coroamento, que procuram intermediar a distribuição de carga dos pilares para a fundação.
3. Radier

Se os blocos de fundação lembram as sapatas, o radier tem uma estrutura parecida com a das lajes. São grandes placas de concreto (armado ou protendido) que possuem as mesmas dimensões da construção e ficam em contato direto com a superfície do solo.
Segundo a NBR 6122:2019, esses elementos são dimensionados para suportar mais de 70% das cargas de uma edificação. Entretanto, sua capacidade de carga não costuma ser muito alta, sendo mais empregada em obras de pequeno porte.
Por outro lado, é um dos tipos de fundação mais econômicos e rápidos de executar. Vale colocar na ponta do lápis antes de decidir!
Tipos de fundações profundas
Chegamos agora no modelo de fundação profunda. Temos nesta categoria os seguintes tipos de fundação:
Estacas
As estacas são um tipo de fundação profunda indireta e podem ser escavadas ou cravadas. No caso das estacas escavadas, é feita a remoção do solo antes da execução da estaca. Já as estacas cravadas são aterradas sem uma perfuração ou escavamento prévio.
Além disso, existem diferentes modelos de estaca. Dentre as estacas cravadas temos as de concreto pré-moldado, de madeira, metálica, apiloada, Franki e Strauss.
No outro grupo, temos as estacas escavadas manualmente, de forma mecanizada e nos métodos barrete, hélice contínua e raiz.
O melhor modelo, assim como a profundidade e dimensionamento das estacas, depende das características do solo e da estrutura que elas deverão suportar. Em todos os tipos, no entanto, temos a resistência da fundação garantida pelo atrito lateral das estacas com o solo.
Tubulões
Os tubulões são um tipo de fundação profunda direta. Isso porque possuem uma base em contato com o solo, que recebe e distribui as cargas da edificação. Dessa forma, você garante uma boa resistência para a construção (conhecida como “de ponta” ou “de base”).
São feitos de concreto armado, em formato cilíndrico e também podem ter uma base alargada que amplie a superfície de contato com o solo.
Existem duas técnicas de execução de tubulões:
- A céu aberto, indicada para os tubulões que ficam acima do lençol freático (camada de água subterrânea);
- Sob ar comprimido, indicada para os tubulões que ultrapassam o lençol freático.
Como escolher o melhor tipo de fundação para a sua obra?
Ciente dos principais tipos de fundação, chegou a hora de escolher a mais adequada para o seu projeto. Para isso, é preciso pensar além do fator financeiro ou com base em sua preferência no momento da escolha.
Preparamos uma tabela que pode te dar uma visão mais simplificada de tudo o que aprendemos! Confira:

Mas, nada de seguir a tabela ao pé da letra, combinado? Há uma série de aspectos que precisam ser considerados e cálculos que devem ser feitos para determinar a melhor técnica de fundação para cada obra.
O primeiro deles é o ensaio SPT, sigla para Standard Penetration Test ou Teste Padrão de Penetração. Ele serve para identificar o nível do lençol freático, as características físicas e, principalmente, a capacidade de carga do solo.
Com esse resultado em mãos e considerando as cargas da construção, será possível determinar se a fundação deverá ser rasa ou profunda. Então, a partir disso, será a hora de considerar o lado da logística e do financeiro.
Pode acontecer de determinados tipos de fundação não serem tão utilizados na sua região. Isso, provavelmente, vai encarecer ou dificultar a execução desse método, por conta do acesso a maquinários e mão de obra especializada.